A microbiologista francesa Emanuelle Charpentier e a bioquímica norte-americana Jennifer Doudna receberam o Prêmio Nobel de Química no dia 07 de outubro deste ano por terem desenvolvido um método para edição genômica, denominado CRISPR-Cas9.
Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna (Niklas Elmehed / Nobel Media)
Mas, então... o que é CRISPR?
O sistema foi descoberto na Suécia por Emmanuelle em 2011, ao estudar o RNA de bactérias, a pesquisadora procurava novos métodos para a produção de antibióticos. Porém, o que ela encontrou foram pequenas moléculas de RNA que reagiram em infecções causadas por vírus, essas formas pequenas de RNA acopladas a formas mais longas de RNA do tipo CRISPR em conjunto com proteínas bacterianas Cas9 conseguiam cortar o DNA em pedaços menores. O que faltava era entender como as bactérias possuíam proteção a vírus com esse mecanismo, e foi aí que a ajuda de Jennifer Doudna foi necessária.
CRISPR é o acrônimo para Grupos de Repetições Palindrômicas Curtas Regularmente Espaçadas, ou seja pequenas sequencias de DNA, repetidas e palindrômicas ( que podem ser lidas tanto da direita para a esquerda como da esquerda para a direita) essas sequencias são encontradas, como já mencionado, no sistema imunitário de bactérias, ao passo que se ocorrer uma infecção viral em uma bactéria, esse sistema pode destruir o genoma do vírus invasor ( RNA ou DNA) que é importante para a replicação do vírus.
Funcionamento do CRISPR ( Créditos na foto)
Em 2012, as duas cientistas publicaram na revista Science o artigo que demostrava como esse sistema conseguia cortar uma porção especifica do DNA e cortá-lo, e além disso criaram uma ferramenta que poderia direcionar o corte para um lugar especifico do genoma, o que levaria a correção, inativação ou inserção de material genético.
Desde então ficou claro que esse método revolucionaria a ciência. Já que a pode ser empregado em várias áreas, como da saúde, alimentícia, industrial, etc. Atualmente há 15 ensaios clínicos em andamento com o uso da CRISPR-Cas9, a maioria para tratamento de diversos tipos de câncer.
Emanuelle e Jennifer compartilham hoje o prêmio equivalente a US$ 1,1 milhão, além de terem contribuído com um método inovador que poderá ser empregado em vários campos e inclusive salvar vidas.
Faça ciência como uma mulher.
Fontes:
CRISPR: A TÉCNICA DE ENGENHARIA GENÉTICA QUE PODE MUDAR O MUNDO! – O jornal eletrônico do Instituto NANOCELL
Incrível! Amei o post
Faça ciência como uma mulher, muito bom!!!