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Foto do escritorAnita Seneme Gobbi

Mutação em tartarugas-verde: adaptação à poluição marinha?

O estudo “Avaliação Anatômica e Morfológica do Sistema Gastrointestinal da tartaruga-verde, Chelonia mydas (Linnaeus, 1758), Testudines, Cheloniidae São Paulo 2019” feito pelo professor e biólogo Edris Queiroz Lopes ocorreu após a observação de uma grande quantidade de tartarugas encalhadas nas faixas de areia, a pesquisa focou nas tartarugas-verde ou Arunã (Chelonia mydas) e logo nas primeiras análises foi possível analisar um fator preocupante: 80% dos animais encalhados nas praias possuíam lixo no estômago. A descoberta da nova estrutura óssea trouxe esperança e questionamentos acerca da mutação: seria uma solução para impedir a ingestão de lixo?


O foco do estudo era o estudo da morfologia e anatomia das tartarugas-verde, pertencentes à família Cheloniidae, como o próprio título da tese diz, porém, o biólogo acabou descobrindo uma nova estrutura óssea localizada em uma região do crânio chamada hióide, que sustenta a língua desses indivíduos, esses ossos auxiliam a musculatura e possuem uma estrutura separada do crânio. Queiroz conta que, ao montar a ossada das tartarugas recolhidas para o estudo, um osso sempre ficava de fora e ele não sabia onde encaixar, diante disso, resolveu realizar uma tomografia computadorizada mais detalhada.



Tomografia computadorizada que indica nova estrutura óssea em tartarugas-verde. Fonte: G1 Globo.


Ao analisar a tomografia, foi possível observar essa estrutura óssea inédita. Em 10 tartarugas estudadas pelo biólogo, 6 apresentavam essa estrutura, mostrando que o resultado supera 50% dos indivíduos estudados, desse modo, pode acreditar que trata-se de um achado importante para a ciência.

Ainda não se sabe exatamente como surgiu essa formação, ela pode ter ocorrido diante de uma adaptação para a sobrevivência desses animais contra a poluição marinha, assim como pode ter aparecido diante de mudanças de hábitos alimentares ou até mesmo uma transformação da espécie.

Apesar de ainda não termos respostas do que de fato ocasionou tal mutação e para que ela serve detalhadamente, é preciso reconhecer a importância dessa descoberta para que mais estudos sejam feitos sobre essas espécies de tartarugas e entender se realmente está ocorrendo uma “adaptação” dos animais à poluição marinha.

O estudo ainda traz mais informações importantes detalhando a anatomia e o sistema esquelético da espécie, possibilitando o acesso à novas informações sobre esses indivíduos, o que auxilia diretamente na conservação desses animais.

Para mais informações confira a notícia do G1 e a tese de doutorado do professor e biólogo Edris Queiroz Lopes: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2020/08/03/tartarugas-se-adaptam-a-poluicao-e-desenvolvem-ossos-mutantes-em-sp.ghtml


127 visualizações4 comentários

4 Comments


Anna Beatriz Souza
Anna Beatriz Souza
Oct 13, 2020

Muito interessante! Apesar de todo o estrago humano, os animais ainda encontram maneiras de se adaptar! A evolução é linda, parabéns pela temática escolhida!

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João Gabriel Viana
João Gabriel Viana
Oct 13, 2020

Meu Deus eu amei, parabéns pelo post!

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Sofia Marcela
Sofia Marcela
Oct 13, 2020

Muito legal o post!!! Parabéns

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Carolina Monteiro
Carolina Monteiro
Oct 13, 2020

Amo tartarugas, muito legal saber!!

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