A agricultura moderna cada vez mais depende do uso de produtos químicos para o controle de plantas daninhas, fungos e insetos-praga, a fim de assegurar a produtividade. O que afeta diretamente a população de polinizadores, principalmente de abelhas, que são responsáveis por 74% da polinização total da flora mundial. Além disso, seu uso abusivo tem provocado o surgimento de populações de insetos resistentes, exigindo o uso de agrotóxicos em superdosagens ou o uso de novos princípios ativos nem sempre recomendados para o agroecossistema em questão.
A utilização de outros métodos de manejo de pragas, como o controle biológico, contribuiria para preservação das abelhas bem como de todo o ecossistema.
O Controle Biológico (CB) possui a premissa básica de controlar as pragas agrícolas e insetos transmissores de doenças a partir do uso de outros seres vivos que possam atuar como inimigos naturais (Embrapa). Vale ressaltar que o CB pode ser realizado por uma ampla gama de organismos, denominados agentes do controle biológico, sendo eles: os vírus, bactérias, fungos protozoários, nematóides, parasitóides e os predadores. Existem três tipos de Controle Biológico:
1. Controle Biológico Clássico: introdução de um inimigo natural exótico no agroecossistema, de forma que o mesmo permaneça no meio e controle a população praga;
2. Controle Biológico Aumentativo ou Aplicado: responsável por introduzir grandes quantidades de parasitoides ou predadores, com o objetivo de proporcionar uma redução rápida na comunidade de praga;
3. Controle Biológico Conservativo ou Natural: manejo do ambiente de forma a favorecer a conservação das populações de inimigos naturais.
Na internet você pode encontrar diversos estudos com esses três tipos de CB e muitos deles aplicáveis no campo. Além disso, o controle biológico possui uma série de vantagens: alto nível de controle a baixo custo; autoperpetuação com um custo pequeno ou nulo seguido do esforço inicial, ausência de efeitos nocivos ao homem, suas culturas, animais domésticos, selvagens e demais organismos benéficos; rápida habilidade de reprodução do inimigo natural, somado a sua capacidade de sobreviver em densidades populacionais relativamente baixa de pragas. Outra vantagem seria a falta de registros desenvolvimento da resistência do hospedeiro aos agentes de controle biológico introduzidos.
Referências:
Controle biológico: ciência a serviço da sustentabilidade. EMBRAPA. Disponível em: < https://www.embrapa.br/tema-controle-biologico/sobre-o-tema>. Acesso em: 06 de novembro de 2020.
JUNG, A.; ROBERTO RIBEIRO MACHADO, M.; DA SILVA STEFANELO, L.; TASCHETO, R.; CARÚS GUEDES, J. Horários de forrageamento de Apis mellifera L. em soja e riscos de contaminação com pesticidas. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 5, n. 4, 14 fev. 2020.
JUNIOR, M. E; GUARUS, I. F. F. Controle biológico de insetos pragas. Rio de Janeiro: I Seminário Mosaico, 2011.
WILSON, F.; HUFFAKER, C. B. The philosophy, scope, and importance of biological control. Theory and practice of biological control, p. 10-11, 1976.
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