Todos os anos, no dia 19 de abril, é comemorado o dia do índio. É comum, nas escolas, que as professoras e professores da educação infantil caracterizarem os alunos com pinturas indígenas, cocares e chocalhos. Essa forma de homenagear o povo indígena é concretizada há muitos anos, mas não deveria continuar.
Não apenas nas escolas, como em festas à caráter e carnavais, os indígenas e suas formas de viver, vestir e se pintar sempre foram utilizadas como fantasia. Entretanto, índio não é fantasia!
Em uma matéria publicada na agência de notícias UniCEUB, Márcia Kambeba, indígena do povo Omágua/Kambeba e ativista e mestra em geografia, comentou sobre essas práticas que são consideradas apropriação cultural. Em sua fala, Márcia explicou que o indígena enxerga todas as suas ações e objetos como sagrados. Sendo assim, os instrumentos musicais e os grafismos possuem significados para cada povo indígena. “Tudo é o que a natureza nos dá. Tudo tem um eco do sagrado, faz parte do território do sagrado” afirma a ativista. Isso também é identidade cultural. “Se eu pego um grafismo, ponho na minha mão e não sei o que ele está representando, é errado, porque eu tenho que respeitar a cultura daquele povo e o que aquilo tá significando”.
Sendo assim, em 19 de abril ou em qualquer outra data, o índio deve ser homenageado de outras formas, seja por meio de atividades didáticas que contam a história desse povo, por meio de documentários, ensinando a importância e diversidade dos povos e valorizando a presença deles no dia-a-dia, sempre deixando claro que são povos de luta e resistência que jamais deverão ser satirizados.
Fontes: http://www.agenciadenoticias.uniceub.br/?p=16552
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