As tartarugas marinhas são alvo da caça e coleta dos seus ovos, já que são muito importantes da culinária da América Central e além disso existe vários misticismos relacionados, como o de que de que podem ajudar no desempenho sexual. As sete espécies de tartarugas marinhas que já se encontram ameaçadas possuem a sua situação agravada pela caça de ovos, já que é muito difícil que todos os órgãos responsáveis pela conservação das tartarugas consigam acompanhar todas as desovas ao logo de km de extensão das praias.
Foi aí que a cientista da organização Paso Pacifico, Kim Williams Guillen teve a ideia de colocar um ovo falso contendo um rastreador GPS nos ninhos das tartarugas, dessa maneira seria possivel rastrear os ladrões. O dispositivo é apelidado de InvestEGGator (EnvestigadOVO) , o ovo é confeccionado com o material plástico chamado Ninjaflex que é semelhante ao exterior dos ovos reais, o ovo foi feito com uma impressora 3D. Os pesquisadores então foram a quatro praias da Costa Rica, onde tartarugas-verdes e tartarugas-oliva vêm à costa para fazer seus ninhos. Enquanto as mães colocavam seus ovos na calada da noite, os pesquisadores colocaram um único ovo de espião em cada ninhada. Uma vez que os ovos falsos são cobertos por areia e muco dos ovos reais, "é muito difícil dizer a diferença entre os dois", diz Helen Pheasey, bióloga conservacionista da Universidade de Kent e coautora do estudo.
Ovos "espiões".
Resultados
Foram colocados 101 ovos falsos, 25 foram levados por caçadores 6 ovos foram descobriram 6 dos ovos e os deixaram na praia, e 5 foram capazes de rastrear os caçadores.
Um ovo viajou 137 km, e parou em um supermercado, deduziu- se que o caçador entregou o ninho a um vendedor que vendedor que provavelmente vendia ovos de porta em porta. E no outro dia o povo estava em uma propriedade residencial, assim a pesquisa demostrou “todos os atores da cadeia”.
Dessa maneira, Kim diz que é possível identificar os pontos mais ativos de comercio, já que o objetivo do ovo não é capturar os caçadores, pois muito vivem na pobreza, mas sim de entender melhor aas rotas de comercialização, aprender os pontos principais e eventualmente a aplicação de uma lei. Ainda assim, acredita-se que interromper o trafico não é algo simples, já que em toda a América Central, o comércio de ovos de tartarugas marinhas pode ser legalmente ambíguo, diz ele. Na Costa Rica, por exemplo, é ilegal caçar e vender ovos de tartarugas marinhas, mas comprá-los não é crime. “Não é preto e branco.”
Na Costa Rica, por exemplo, é ilegal caçar e vender ovos de tartarugas marinhas, mas comprá-los não é crime. “Não é preto e branco.”
Nesse ínterim, Williams-Guillén e seus colegas estão trabalhando para enviar seus ovos espiões para outras organizações de conversação de tartarugas marinhas. No final das contas, porém, os cientistas e organizações sem fins lucrativos precisarão envolver as comunidades com programas locais de divulgação e educação para salvar as tartarugas marinhas, diz ela. “O verdadeiro feijão com arroz da conservação não virá da implantação de ovos espiões”
A ideia rendeu a Kim um prêmio de $ 10.000 no Desafio Tecnológico do Crime de Vida Selvagem de 2015.
Fontes:
https://www.tamar.org.br/noticia1.php?cod=968
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