Por Douglas Valentim em colaboração com a Cientista Social e professora Beatriz Gonçalves.
Após um franca conversa com uma docente ficou claro a angustia já expressada por diversos professores do estado de São Paulo neste momento de pandemia. O estresse passou a fazer parte da rotina dos educadores após a implementação do EaD. Os motivos para tanto estresse são vários, dentre eles podemos enfatizar a frustração ao perceber que não importa quanto um professor se dedique ao pensar em uma aula e formular uma atividade ele não tem como garantir uma boa recepção deste conteúdo por pate do aluno, que muitas vezes é obrigado a conciliar o estudo com tarefas domesticas ou só pode ver a aula por uma pequena tela de celular em um espaço não adequado para estudar. Assim creio que um acesso a plataformas de vídeos mais diversas e com internet financiada pelo estado, como estão fazendo as universidades estaduais fornecendo chip de celular com planos de internet, seria uma oportunidade para que os alunos tenham contato com os professores, via vídeo. Porém por plataformas mais simplificadas e que possam se adaptar melhor a realidade dos alunos das diferentes escolas para pensar soluções e projetos conforme sua demanda e ritmo ,criando interação localmente entre aluno e professor , porque passar um conteúdo geral para o estado inteiro através do Centro de Mídias de São Paulo não atinge a todos, falta a conexão que existia em sala, entre aluno e professor, nada vai substituir um aula presencial, mas o processo poderia ser mais acolhedor. O que é oferecido hoje pelo estado é o Google Classroom, mas para acessar os alunos precisam entrar com o login da Secretaria de Educação, depois o professor precisa autorizar e depois disso criar uma sala só para os alunos que estiverem com esse login. É muita etapa e acessos para os alunos (imaginando alunos do 6 o ao 9 o , ou EJA, por exemplo). Se existisse um financiamento de plataformas mais simples, como o hangout, Zoom, Meet, ou outras do gênero, poderia se fazer vídeo-aulas mais qualitativas e reais, diminuindo a angustia do professor ao saber que as chances do seu aluno e absorver sua aula será maior e que caso necessite ele pode acompanhar o aluno mais de perto. Quando indagada sobre o que pensa da forma como caminha a educação no estado, Beatriz, cientista social e professora na escola Jd. Nova Cumbica II, Guarulhos-SP afirma que:
“Partindo da premissa freireana de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção, ser professora em um momento de isolamento social é quebrar com o processo de construção conjunta do conhecimento, transformando a educação em mera transferência de arquivos, literalmente".
A situação é delicada, mas com um pouco de sensibilidade por parte do estado, aliado as propostas citadas acima, é possível aliviar a pressão e certamente diminuir o estresse dos professores da rede.
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