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Qual a origem do alfabeto? pt. 1

O alfabeto, tal qual o utilizamos hoje, é o legado de várias culturas a partir da necessidade de registro dos sons das palavras e passou por várias transições.

As primeiras representações das palavras são atribuídas a um povo semita que vivia perto do Egito há cerca de 5,5 mil anos. Já a representação fonética das palavras é atribuída aos fenícios, sendo o modelo primordial utilizado atualmente.

Por convenção, os alfabetos são abstratos e podem ser usados e adaptados a qualquer tipo de língua.​


Primeiros Símbolos

Os primeiros símbolos surgiram na região da baixa Mesopotâmia e consistiam em ideogramas e pictogramas que eram desenhos representativos de objetos.

Esse sistema facilitava o entendimento nos mais diversos idiomas. Assim, estava sanada a possibilidade de registrar, armazenar dados e representar a história.

Com o passar do tempo, porém, os símbolos ficaram numerosos e representá-los era complexo. Era preciso a criação de um modelo que comportasse a formação de palavras.

Em princípio, o modelo desenvolvido pelos semitas com base na escrita egípcia - hieróglifos - foi utilizado durante 3 mil anos.

Era um alfabeto silábico considerado prático, elaborado com base na escrita cuneiforme com formas gráficas e desenhos.


Alfabeto Fenício

Como maneira de facilitar os trâmites da atividade comercial, os fenícios passaram a utilizar a escrita.

As anotações fonéticas foram desenvolvidas pelos fenícios a partir da escrita semita e passam a ser alfabética em meados do século XV a.C., sendo difundidas pelo mundo antigo.

O alfabeto fenício arcaico originou todos os alfabetos atuais. O sistema é composto por 22 signos que permitem a elaboração da representação fonética de qualquer palavra.


Diferente do conjunto de representações do povo semita, o alfabeto fenício continha símbolos específicos. As letras vão da direta para a esquerda. Esse alfabeto foi adotado pelos vizinhos, chegando aos cananeus e hebreus.

Como os fenícios eram mercadores e precisavam anotar suas transações, conseguiram levar seu método de representação fonética para o Oriente Médio e a Ásia Menor, além dos árabes, etruscos e gregos, chegando à Península Ibérica.


Alfabeto Grego

Foi esse o alfabeto adotado pelos gregos por volta do século VIII a.C. Os gregos acrescentaram ao sistema mais sons vocálicos e o alfabeto passou a ter 24 letras, entre vogais e consoantes.

Com base neste sistema, um tanto mais refinado, originam-se outros alfabetos, como o etrusco e o gótico, na Idade Média; o grego clássico e o latino, que foi adotado pelos romanos.


Foram os gregos os primeiros europeus a aprender escrever com um alfabeto e seu sistema foi fundamental para o mundo moderno.

A palavra alfabeto, aliás, é de origem grega e representa a primeira letra (Alfa) e a segunda (Beta). Com a adoção de um sistema de notação silábica, os gregos influenciaram em todo o alfabeto moderno. As primeiras tentativas de representação gráfica da pronúncia das palavras ocorreu por volta de 1500 a.C., mas os símbolos não permitam o registro preciso dos sons.

Assim, por volta do século 9 a.C., os gregos passaram a usar o alfabeto fenício que, mesmo representando os sons, não continham vogais.


Como maneira de adaptação às suas necessidades, os gregos modificaram o que lhes parecia estranho, acresceram vogais e introduziram variantes adequadas à língua que empregavam.

No início, a escrita grega acompanhava a fenícia, da direita para a esquerda. A direção foi alterada gradativamente até a adoção do sistema atual, da esquerda para a direita, padrão seguido hoje no mundo.

As letras gregas também foram adotadas na anotação de números. No sistema grego, cada letra tem um valor numérico. Hoje, o sistema é aplicado na linguagem científica e matemática.

O alfabeto grego ainda é um sistema de escrita aplicado na Grécia e nas comunidades gregas pelo mundo


Alfabeto Latino

O alfabeto latino, também conhecido como alfabeto romano, é o sistema de escrita alfabética mais usado do mundo. Quase todas as línguas da Europa ocidental e central, além das áreas colonizadas por países europeus, usam esse alfabeto. Ainda assim, entre as dez línguas mais faladas do mundo, apenas três o empregam: o português, o espanhol e o inglês. Mas você sabe como o alfabeto latino surgiu e foi evoluindo até chegar ao que conhecemos hoje?

Surgimento


O alfabeto latino começou a ser adotado pelos romanos no século VII a.C. Ele derivou do alfabeto etrusco, que, por sua vez, teve origem no grego. A princípio, o alfabeto romano tinha 21 letras: A, B, C, D, E, F, Z, H, I, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, V, X. Entre esses caracteres havia variações de letras romanas: por exemplo, o C era uma variação do gama, e representava os sons /k/ e /g/. O G foi introduzido no lugar do Z, que foi excluído no século III a.C. por não representar nenhum som romano. A letra acabaria voltando ao alfabeto no século I a.C., quando Roma conquistou a Grécia. Além do Z, o Y foi adicionado, passando a ser usado para a escrita de palavras com radicais gregos.


As últimas três letras que compõem o alfabeto latino atual foram adicionadas na Idade Média: o J, o U e o W. O J surgiu para diferenciar o uso do I com som de consoante. Da mesma forma, o U foi introduzido para diferenciar o uso do V com som de vogal. E o W surgiu para representar sons germânicos.


O alfabeto usado pelos romanos tinha apenas letras maiúsculas (ou caixa alta). As minúsculas, ou de caixa baixa, surgiram na Idade Média. As antigas letras romanas foram mantidas em inscrições formais e para dar ênfase em documentos. As línguas que usam o alfabeto latino geralmente empregam maiúsculas no início de parágrafos, frases e nomes próprios, mas as regras variam de acordo com o idioma. Em inglês, por exemplo, as nacionalidades devem ser iniciadas em caixa alta, e em alemão os substantivos começam em maiúsculas.


Expansão e evolução


Conforme o Império Romano se expandia, o alfabeto latino acompanhava. Assim, ele saiu da Itália e se espalhou ao redor do Mediterrâneo. As terras do império no Oriente continuaram a usar o grego, enquanto que na parte ocidental o latim passou a ser empregado. Assim, as línguas românicas, que derivam do latim, usam o alfabeto latino.



Na Idade Média, a difusão da Igreja aumentou o alcance do latim. Os falantes das línguas germânicas, celtas, bálticas, urálicas e de parte das línguas eslavas, como o polonês e o tcheco, adotaram o alfabeto latino. Já na idade moderna, com as grandes navegações, o alfabeto alcançou outros continentes, levado pelos colonizadores. Hoje, ele é hegemônico na América e em boa parte da África subsaariana e da Oceania, e está presente inclusive na Ásia. Já no mundo eslavo, ele compete com o cirílico, de acordo com questões políticas e religiosas. Com a dissolução da União Soviética, em 1991, algumas repúblicas substituíram a escrita cirílica pela latina.


Por causa da importância da escrita latina no atual cenário internacional, várias línguas que adotam outros alfabetos ou sistemas de escrita têm padrões oficiais para transcrição de seus idiomas, em um processo que é chamado de romanização. É o caso, por exemplo, do japonês, do mandarim e do tailandês. Hoje, o alfabeto latino padrão contém 26 caracteres. É esse o sistema usado na língua portuguesa e no inglês. No entanto, há diversas variações de acordo com os idiomas em que é usado. Assim, são criadas fusões de letras, modificações e extensões para que a escrita se adapte a cada contexto.


Referências:

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