Ana Maria Primavesi: importante pesquisadora da agroecologia e da agricultura orgânica, responsável por avanços no campo de estudo das ciências do solo em geral, em especial o manejo ecológico do solo. Foi uma das pioneiras na preservação do solo e recuperação de áreas degradadas, abordando o manejo do solo de maneira integrada com o meio ambiente. Suas pesquisas apontam para uma agricultura que privilegie a atividade biológica do solo com um alto teor de matéria orgânica, evitando o revolvimento do mesmo, e substituindo o uso de de insumos químicos pela aplicação de técnicas como a da adubação verde, controle biológico de pragas, entre outros. A compreensão do solo como um organismo vivo e com diversos níveis de interação com a planta foi uma das contribuições de Primavesi para a agronomia, além de auxiliar na organização e criação do primeiro curso de pós-graduação voltado para a agricultura orgânica.
Cristina Yuri Vidal: bióloga e Doutora em Biologia Vegetal, Cristina é uma importante pesquisadora e fomentadora da restauração florestal, atuando com técnicas alternativas para restauração ecológica, monitoramento e enriquecimento de áreas em processo de restauração, manejo e conservação de fragmentos florestais e a cadeia da restauração, despertando e estimulando em diversas esferas o uso da restauração sustentável e da conservação e restauração da biodiversidade em diversos biomas.
Emilia Patrícia Medici: bióloga coordenadora da INCAB – Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, projeto do IPÊ, instituto do qual é cofundadora. Há 24 anos liderando ações de conservação da anta brasileira e seu habitat, o trabalho de Patrícia deu origem ao maior banco de dados sobre a espécie no mundo. Suas contribuições para o estudo da espécie e para a ciência de maneira geral são inspiração para estudantes e pesquisadores de diversos países. As ações de Patrícia reúnem pesquisa de campo, práticas de conservação, educação ambiental, comunicação, treinamento e capacitação. Soma-se a isso o desenvolvimento de planos para redução de ameaças e políticas públicas que beneficiam a espécie e seus habitats. Os resultados deste trabalho têm sido importantes para a vida não só das antas como também de outras espécies animais e vegetais e seres humanos em vários biomas: Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado e na Amazônia.
Graziela Maciel Barroso: foi uma naturalista e botânica brasileira, conhecida como a Primeira Dama da Botânica no Brasil, e a maior taxonomista de plantas do Brasil. Nascida em Corumbá, em 1912, Graziela foi educada para ser dona de casa, casando-se com apenas 16 anos com o agrônomo Liberato Joaquim Barroso. Devido ao trabalho do marido, morou em várias regiões do país nas décadas seguintes, e com os filhos já crescidos, aos 30 anos, seu marido perguntou se Graziela gostaria de voltar a estudar e passou a lhe ensinar botânica em casa. Assim, Graziela foi trabalhar como estagiária no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e foi a primeira mulher a fazer o concurso para ser naturalista do Jardim Botânico. Em 1946, ingressou na instituição e começou a trabalhar com seu marido em sistemática botânica. Graziela não tinha curso superior na época, mas treinava novos estagiários, alguns deles mestrandos e doutorandos. Três anos depois, o marido Liberato faleceu, deixando-a viúva aos 37 anos.
Aos 47 anos, ingressou no curso de biologia da Universidade do Estado da Guanabara, hoje Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E aos 60 anos, em 1973, defendeu seu doutorado, na Universidade Estadual de Campinas. Tornou-se professora, trabalhando por mais de 50 anos, ensinando quase todos os botânicos brasileiros. Sua obra mais conhecida é "Sistemática de Angiospermas do Brasil", em três volumes. Foi professora de Botânica e Chefe do Departamento de Biologia Vegetal da Universidade de Brasília desde sua criação até 1969 e assim tornou-se a maior taxonomista de plantas do Brasil, publicando três livros, dos quais um é considerado como referência internacional na área.
Rachel Carson: foi uma bióloga marinha, escritora, cientista e ecologista norte-americana que através da publicação do livro Silent Spring (1962), artigos e outros livros sobre meio ambiente, ajudou a lançar a consciência ambiental moderna. No final dos anos 1950, Rachel começou a analisar a conservação ambiental, especialmente problemas que ela acreditava serem causados por pesticidas sintéticos. O resultado dessa pesquisa se tornou o livro Silent Spring (1962), que levou à população norte-americana uma preocupação ambiental sem precedentes. As companhias químicas logo se opuseram às colocações de Rachel em Silent Spring, e se engajaram em uma campanha de difamação da autora e do livro. Mas o legado de Rachel acabou por reverter a política nacional de uso de pesticidas, o que levou ao banimento do uso do DDT e de outros pesticidas nos Estados Unidos. O trabalho de Rachel também levou à criação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Posteriormente, Rachel recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade pelo presidente Jimmy Carter, em 1980.
Valerie Jane Morris-Goodall: a primatóloga britânica Jane Goodall foi responsável por fazer importantes descobertas sobre o comportamento de chimpanzés, revolucionando a compreensão do homem sobre os animais. Em 1960, Jane fez importantes descobertas sobre os chimpanzés do Parque Nacional de Gombe. Primeiro, ela observou que eles também se alimentavam de carne. Na época, pensava-se que os chimpanzés eram vegetarianos, mas Jane os flagrou se alimentando de um porco-do-mato-africano e, mais tarde, testemunhou a caça de um macaco do gênero Piliocolobus, que também serviu de alimento para o grupo de chimpanzés. Depois disso, Jane descobriu que eles também eram capazes de fabricar e usar ferramentas, características que, até então, ajudavam a definir os seres humanos. Essa observação surpreendeu os cientistas e mudou a forma como vemos a humanidade e os primatas. O que Jane observou foram dois macacos, chamados por ela de David Greybeard e Goliath, usando um galho para coletar cupins de um cupinzeiro e se alimentar deles. Ao contar a descoberta para Leakey, o cientista respondeu: "Agora precisamos redefinir o que significa ferramenta e o que significa ser humano, ou aceitar os chimpanzés como seres humanos," gracejou o mentor. Outra importante descoberta veio mais tarde, em 1975, quando Jane observou os chimpanzés de Gombe cometerem canibalismo. Na ocasião, as primatas Passion e Pom, mãe e filha, roubaram e mataram filhotes de sua própria comunidade para se alimentar.
Mais amadurecida e com a carreira científica consolidada, Jane Goodall passou a dedicar boa parte de seus esforços ao ativismo ambiental, começando em 1977 quando ela fundou o Jane Goodall Institute, onde conseguiu dar continuidade à sua pesquisa sobre populações de chimpanzés e estendeu a bandeira da proteção animal e conservação ambiental. A participação de Jane na conferência “Understanding Chimpanzees”, em Chicago, 1986, também influenciou bastante a pesquisadora, que passou a se declarar abertamente uma ativista. Cinco anos mais tarde, Jane inaugurou a Roots & Shoots is Founded, uma instituição que encoraja a juventude na Tanzânia a criar suas próprias soluções para os problemas ambientais enfrentados no país.
Tuíra Kayapó: nascida na aldeia Kokrajmoro no Amazonas, Tuíra é uma líder e guerreira do grupo étnico kayapó, ativista dos direitos indígenas e do meio ambiente. Tuíra recebeu visibilidade internacional após um registro fotográfico tirado no 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, realizado em Altamira, Pará, no ano de 1989. O 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu teve o objetivo, por parte da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), em aumentar a participação dos povos indígenas na tomada de decisão de questões que os afeta diretamente. Durante o encontro, Tuíra encostou um facão na face do então diretor da Eletronorte, José Antônio Muniz, em ato de protesto contra as falas de Muniz, que Tuíra considerou como centradas nos projetos econômicos da Eletronorte e à parte das questões indígenas, e também contra a depredação ambiental a ocorrer em Belo Monte, a fim de proceder a instalação de uma usina hidrelétrica sobre o rio Xingu. TJunto a este ato, que foi recebido por silêncio entre os participantes, Tuíra declarou: "“A eletricidade não vai nos dar a nossa comida. Precisamos que nossos rios fluam livremente. O nosso futuro depende disso. Nós não precisamos de sua represa". Desde então, Tuíra permanece ativa na defesa de suas causas políticas e ambientais.
Taitiâny Kárita Bonzanini: graduada em Ciências Biológicas pela UNESP e doutora em Educação para a Ciência, Taitiâny atua como professora doutora na “Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz” -ESALQ/USP, também na coordenação local de tutores e educadores das áreas de Ciências Biológicas e Educação, junto ao Polo de Licenciatura em Ciências semipresencial da cidade de Piracicaba e também na cidade de Jaú, onde atua também como diretora do polo de Licenciatura em Ciências. Tem experiência na área de Educação Básica e Superior, atuando principalmente nos seguintes temas: Ensino de Ciências, Formação de Professores, Ensino de Biologia, Instrumentação para o Ensino e Educação a Distância e produção de materiais didáticos. Taitiâny é uma inspiração para os alunos que cursam suas disciplinas e também para as pessoas que têm o prazer de conviver e trabalhar juntamente à ela.
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