As receitinhas envolvendo plantas sempre estiveram presentes entre as famílias brasileiras. São receitas de infusão, banho, cozimento, tintura, diversas formas de preparo e de uso que expressam a pluralidade do conhecimento popular.
Quando eu era criança, por exemplo, me lembro que meu avô fazia e usava pra TUDO o "álcool de mentruz", uma tintura a base da planta Dysphania ambrosioides. Eu e meus primos vivíamos nos ralando e machucando durante as brincadeiras de rua e lá vinha nosso avô passar sobre os ferimentos sua tintura! Aquilo ardia tanto na hora, mas em questão de minutos a gente já estava brincando novamente! Às vezes, com medo do ardimento, a gente fugia, mas aí nosso machucado piorava, rs).
Pensando nisso, e nos desafios que o ensino remoto nos impõe, elaborei uma atividade que pode ser feita em casa com a família e que se propõe aliar o conhecimento científico com o popular.
A atividade consiste em realizar e registrar uma entrevista, pelo(a) estudante, com os familiares, buscando reconhecer quais as plantas mais conhecem e estariam presentes em sua família, quais usos e como são atribuídos. Cabe ao(a) professor(a) elaborar perguntas geradoras para essa conversa, considerando qual nível de ensino se encontra a turma. Após a realização e registro da entrevista, marque uma conversa (online) com a turma (se possível), apresentando alguns conceitos botânicos das plantas chamadas medicinais, relacionando-os com as possibilidades de usos . Para contribuir com a preparação dessa atividade recomendo dois materiais: o primeiro trata do clipe da música “Banho de Folhas” de Luedji Luna que aborda usos de plantas na religiosidade Afro-brasileira, um clipe muito bonito que mostra a cidade de Salvador-BA; o segundo é uma cartilha elaborada pela Secretaria de Saúde de Campinas-SP, que apresenta usos e receitas de plantas muito conhecidas pelos suas ações medicinais.
É muito importante que o(a) professor(a) alerte aos estudantes quando a necessidade de conhecer as plantas quando forem usadas. Tal cuidado é necessário, pois existem inúmeras espécies tóxicas.
Façam bom proveito!
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