Um estudo que faz parte do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) realizado por pesquisadores americanos, constatou o declínio de populações de pássaros insetívoros em áreas intactas da Amazônia, a principal hipótese é de que esse fenômeno tenha ocorrido por conta das mudanças climáticas globais.
Entre 2008 e 2016, o biólogo Philip Stouffer repetiu o trabalho que havia sido feito entre 1980 e 1984, De acordo com Stouffer, o objetivo era capturar uma amostra adequada de espécies de pássaros, para utilizar como comparativo com os dados de 1980-1984.
No primeiro ano de estudo, já foi possível observar que os insetívoros terrestres estavam mais difíceis de serem encontrados em comparação com o estudo anterior, a partir disso, acumularam por anos 21 sítios, uma faixa de 40 km de floresta para comparar com o estudo anterior, utilizando um método de coleta exatamente igual.
A partir disso, foi possível observar que, de fato, os grupos de aves que utiliza o chão ou a vegetação mais baixa obteve uma abundância reduzida em comparação com os dados anteriores.
O mais preocupante é que se trata de uma área não afetada, sem perturbações, e mesmo assim, está ocorrendo a perda da biodiversidade, além disso, espécies que se beneficiariam da destruição da floresta aumentaram, mostrando que não se trata apenas de coincidência, mas que há algo ocasionando esse fenômeno.
Vira-folha-pardo (Sclerurus caudacutus): espécie era encontrada em 53% dos sítios pesquisados em 1980-1984 e foi encontrada em somente 10% dos sítios pesquisados em 2008-2016.
Choquinha-de-barriga-ruiva (Isleria guttata): espécie era encontrada em 59% dos sítios em 1980-1984, sendo encontrada atualmente em somente 14% dos sítios pesquisados.
A principal suposição é de que esse fenômeno esteja acontecendo devido as mudanças climáticas globais, porém, ainda se trata de algo inconclusivo, visto que diversos fatores poderiam influenciar o declínio dessas populações de aves, como por exemplo, a mudança na população dos insetos que servem de alimento para esses organismos.
Todavia, de qualquer modo, é extremamente necessário questionarmos o quanto as mudanças climáticas são capazes de afetar até mesmo áreas intactas e nos policiarmos em relação pequenas atitudes que podem diminuir o impacto no meio-ambiente.
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